sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Vídeo de Divulgação - março de 2005


**trecho retirado do filme Mais Uma Vez Amor

Cinema - Curta Metragem

Wystheria
Personagem: Psicóloga e bruxa
Direção: Danielle Cruz
Faxina
Personagem: Roberta
Direção: Edmundo Dan




Teatro - Esquetes e Leituras

. Rindo à Toa – Personagem: Mirtha – monólogo - Direção: Miila Derzett
Espírito das Artes – Cobal do Humaitá – Agosto e Setembro de 2006.

SESC Niterói - Setembro de 2006.
SESC Cabo Frio - Festival de Esquetes- Outubro de 2006.
Participou do Mercadão Cultural de 2006.

. Vestido de Noiva – Personagem: Alaíde - Direção – Álvaro de Sá
Participação especial de Irene Ravache, como: Madame Clessi
Teatro Nelson Rodrigues – Maio de 2005

. A Casa de Bernarda Alba – Personagem: Maria Josefa - Participação especial de Monah Delacy, como: Bernarda Alba - Direção – Álvaro de Sá
Teatro Nelson Rodrigues - Dez de 2004


.Três Mulheres Baixas - Esquete apresentada no Festival de Esquetes Laura Alvim em 2006






Frida Kahlo

Elenco Frida Kahlo

Esta foto é do elenco da peça Frida Kahlo. Estreiamos em outubro aqui no Rio de Janeiro. Quis colocar esta foto para, além de divulgar meus coleguinhas, dizer o quanto me sinto honrada de fazer parte deste elenco, onde TODOS, todos sem exceção, são maravilhosos, talentosos, amigos, companheiros de profissão e de vida, alegres, amam o que fazem...enfim, conheci colegas maravilhosos, mas conquistei e fui conquistada por amigos maravilhosos também.

Esta é uma homenagem a vocês, meus amigos!!!


Frida Kahlo esteve em Fortaleza, Vitória, Curitiba, Joinvile, Florianópolis, Blumenal e São Carlos (SP). SUCESSO DE PÚBLICO!!! Quem se interessar em levar a peça para a sua cidade, favor entrar em contato com a Montenegro e Raman. http://www.montenegroeraman.com.br/









Ana Paula Barros

http://www.anapaulabarros.com.br/

Lembranças da minha história!!!

Engraçado...é tão fácil pensar em fazer mas tão difícil realizar o fato!! Hoje pensei em escrever sobre o meu dia a dia, sobre assuntos que me agradam, sobre as coisas que me vêm acontecendo na carreira...enfim...pensei em escrever tantas coisas e tantas coisas me lembram meu passado, minha infância, meus diários enormes, escritas cheias de requintes de memórias, imagens coladas, lembranças infantis e ingênuas, tristezas e extrema felicidade da adolescência...aborrescência! Amores platônicos, o primeiro namorado, a morte do meu pai, minha família, minha história tão rica, minhas aventuras na selva de pedra, minha liberdade...são tantas coisas boas de se lembrar e de se contar que não poderia começar pelo dia de hoje.
Mesmo sem saber, lá no fundo, bem no fundo da minha consciência, eu tinha a noção de que me tornaria uma artista. Desde minhas primeiras lembranças, recordo de como eu e minha irmã organizávamos peças de teatro em casa e na casa de meus tios, obrigávamos meus primos a atuar..rsrsrs...será que foi real isso? Ou só uma memória inventada por mim?! Nâo me lembro, mas sei que, pra mim, foi mais do que real. Lembro-me de arrumar o palco na casa de uma tia para apresentar uma peça e ainda cobrávamos ingressos. Devia ter uns 9 anos. E fazíamos a família inteira assistir ao nosso espetáculo.
Na escola era sempre selecionada para fazer o papel principal das festas de fim de ano, da minha sala. Dona Baratinha foi a marcante: eu interpretava a dona baratinha e dizia todas as frases dos outros personagens, isso com 5 ou 4 anos de idade. Desde pequena eu já era insolente...rsrsrs.
Nas danças eu era sempre a primeira...ok, eu confesso: nas danças eu era a primeira porque não tinha nenhuma aluna menor do que eu, mas eu dançava e me transportava para aquele mundo de fantasia.
Em casa fazia concursos de miss bancária. É, é isso mesmo, miss bancária!!! Não me perguntem o porquê deste nome, mas eu inventei isso e pronto. Pegava os sapados furtacor ( é assim que se escreve?) da minha mãe, colocava um maiô verde bandeira bem chamativo e uma calça jeans dobrada até o joelho, fazia uma maquiagem forte e desfilava pelos corredores da minha casa, me sentindo a mais miss bancária de todas...dentre todas, somente eu de corpo, as outras concorrentes vinham da minha imaginação fértil.
Tocava algumas músicas no piano, de ouvido, sem partituras, cantava pelos quatro cantos da casa, desenhava sempre até ficar com um olho só aberto, pois o outro já estava domindo de tanto cansaço; desenhava até cair com o rosto na mesa e começava a sonhar com os desenhos que havia feito.
Cheguei a ser até apresentadora!!! Isso mesmo, apresentadora de festival de fim de ano da Cultura Inglesa. Nessa época tinha 8 anos e percebi que, nesse mesmo dia, aprendi a ter responsabilidade e profissionalismo. Enquanto apresentava este festival, meu avô querido, meu anjo protetor, recebia parentes e amigos em seu velório, sua despedida do mundo carnal. Esse era o avô que todos os netos desejavam e desejam ter: brincalhão, alegre, atencioso... minha segunda perda, mas uma das mais importantes na minha vida. A primeira foi a minha avó, mulher deste meu avô, que se foi um dia antes de eu completar 5 anos. Não me lembro muito dela, infelizmente, e a terceira foi a minha avó por parte de mãe, minha vovó Leonor, linda, que eu amava tanto!!!
Lembrando de quando ainda era pequena ( de idade, pq de tamanho e mentalidade ainda não cresci ), meus irmãos aprontavam muitas comigo. Diziam que eu tinha nascido de um pum, que era filha adotiva e que meus pais me tinham achado em uma lata de lixo. Quando minha mãe chegava em casa eu corria até ela para perguntar se era verdade. Ela sorria pra mim, pois já havia perguntado isso a ela várias vezes.
Minha irmã esperava o barulho do carro da minha mãe estacionando na garagem de casa e me pedia: fala pluto. e eu falava: PUTO... fala pluta, e eu falava; PUTA, era a hora exata da minha mãe abrir a porta e ouvir uma pirralha de 5, 6 anos gritando puta e puto. Castigo na certa!!! Lembranças boas, bem vividas!!! Amo meus irmãos!!!
Eu me lembro de ser flamenguista desde os meus 6, 7 anos, quando acordava bem cedo nos finais de semana para ver os jogos do flamengo pela TV, com o meu pai. Ah, meu pai. Este foi a pessoa mais importante da minha infância. Deitava-se ao meu lado quando tinha medo do escuro, contava piadas engraçadas, passeava conosco, me mimava, dava broncas, até batia depois de contar até três, mas era o meu paizão. Meu companheirão, meu amigo!!! Até descobrir uma doença ridícula, que o fez definhar, ficar triste e até morrer. Essa, sem dúvida, foi a minha maior perda, maior tristeza de todas as tristezas por que já passei. Perdi meu companheiro, meu herói de infância, meu pai tão querido!!! Perdi com ele um pouco da minha amabilidade, da minha felicidade, da minha infância feliz.
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Juventude!!!
Descobertas, primeiro namorado, boates ( dançaterias, o que for, varia de região para região), bares, amigos, farras, bebedeiras, ressacas, mudanças de cidades, mudanças de faculdades, mudanças de amigos, e vida. Êta fase boa!!! Essa eu pude dizer que fiz bom proveito!!! Dias e noites de churrascos, festas nas repúblicas, amigos novos, alegria, muita alegria, ombros amigos nas horas de solidão, rebeldia boa e saudável, quebra de tabus, questionamentos...eu me lembro de não ter um caderno durante todo o meu curso de Publicidade. Chegava meia hora antes, lia as anotações dos colegas e fazia a prova. Sempre me saía bem. Alguns dos meus colegas ficavam meio chateados com isso, mas eu presava atenção em todas as aulas, perguntava e isso já era suficiente para não ter caderno.
Minhas notas sempre foram boas, as minhas notas de comportamento é que eram o problema. Sempre fui muito moleque. Brincava nas ruas com os meus irmãos e vizinhos, de polícia e ladrão, queimada, era algumas vezes a gandula ou a goleira dos jogos de futebol que aconteciam no quintal de casa, pulava as janelas das salas para pegar as provas que íamos fazer, tocávamos a campainha das casas e fugíamos, pichávamos muros...nossa, fui muito moleque durante muito tempo e isto foi a melhor coisa que poderia ter-me acontecido, porque pude aproveitar muito todas as fases da minha vida. Se hoje olhar para trás, não consigo enxergar um momento de frustração, não me arrependo de nada que fiz.
Minha primeira faculdade foi de arquitetura. Queria criar, imaginar casas, prédios, cidades projetadas com um diferencial, mas me esqueci de pesquisar sobre as matérias antes. Topografia? Resistência dos materiais??? Minha primeira casa iria cair no primeiro instante!!! Calcular definitivamente não é o meu forte, mais um indício da minha carreira como atriz. De arquitetura passei para publicidade: queria ser redatora. Queria criar anúncios que fizessem a história da publicidade, anúncios que seriam lembrados para sempre pelos consumidores, como foi o anúncio do Cremogema, lembram? Só de pensar a musiquinha já me veio na memória, não dá para esquecer!!! Das Casas Pernambucanas, da bonequinha que fazia bolhinhas de sabão...nossa, são tantos anúncios maravilhosos!!! Mas me esqueci de que, para criar, precisava pesquisar dados, amostragens, concorrência, tudo isso muito bom para o conhecimento, mas o mérito era sempre do diretor de criação e não dos pobres coitados redatores e diretores de arte que passavam dias sem dormir, criavam a campanha e o resultado era sempre obra do diretor de criação. Publicitário sofreeeee rsrsrsrsrs.
De publicidade, comecei a trabalhar com produção de eventos. Ah, época maravilhosa e pesada, pois ficávamos um bom período trabalhando mais de 12 horas para vermos o resultado do nosso trabalho e nunca sermos elogiados por isso, produtor sofreeeee rsrsrsrsrsrsrssr, mas em compensação, eram festas e mais festas, pessoas importantes, amigos novos, aproveitei bem esta fase, até que um dia, morava em Brasília, quando começamos a produzir uma peça teatral. Eu me lembro perfeitamente: Mais que imperfeito, do Marcelo Rubens Paiva. Assim que me encontrei com a equipe técnica, com os atores e a produtora, descobri em mim uma vontade enorme de ser atriz, de atuar, de contar uma estória através da interpretação, de me imbuir de conhecimentos teatrais, de sentir os aplausos do público, diferentes a cada dia, de colocar o figurino da personagem, de pisar no palco, momento mágico sempre, de mostrar o que melhor eu sei fazer!!!! A partir daí, havia decido que iria fazer teatro. "Mas como? Você já está com 26 anos, quase 27, já mudou de cidade umas 4 vezes, já mudou de profissão 3, como você vai voltar a ser dependente, estudar novamente, para ser atriz?"
Essa pergunta me veio à cabeça milhões de vezes. Como eu iria contar para a minha mãe que me mudaria denovo, que precisaria da ajuda dela, voltar a ser totalmente dependente, como?
Mas fiz, através de uma tia linda que já se foi. Ela me ajudou a mostrar para a minha família o que eu queria fazer para ser feliz e completa. E não é que a minha família acreditou que eu poderia ser atriz, mais do que eu mesma?!!
E aqui estou eu, nessa cidade maravilhosa, onde pude estudar teatro com pessoas maravilhosas, conhecer diretores, atores, amigos pra vida inteira e pude aprender o que era a essência do teatro, pude aprimorar meus instintos, minha atuação, minhas noções.
Me formei em 2004 pela CAL, com uma peça chamada As Troianas, de Eurípedes, adaptada por Jean Paul Sartre, sob a direção de um dos meus mestres Moacyr Góes, que me ensinou e me motivou muito. Fiz Hécuba, a rainha de Tróia, meu papel mais importante até hoje, pois sou um neném ainda em matéria de teatro, tenho muito o que aprender e fazer ainda.
Hoje sou uma mulher feliz, realizada com a minha profissão, casada com um homem maravilhoso que me equilibra. Uma mulher que ama e vive para o teatro e a teatralidade na sua mais plena expressão!!!
Não foi tão difícil contar um pouco da minha história. E pensar que eu só iria contar sobre o dia de hoje....

Minha heroína!!!

Não poderia deixar de escrever sobre uma pessoa que me mostrou e me mostra até hoje o que é ser uma heroína, uma guerreira, que lutou e luta até hoje com unhas e dentes para ser e ter o que é e tem hoje: minha mãe.
Lembranças tenho muitas. Na infância tenho a lembrança da falta. Uma coisa que me marcou muito durante um bom tempo, mas que agora é coisa do passado, pois agora, já madura, sei o quanto ela teve que se ausentar durante a minha infância para poder dar o melhor de tudo, comida, escola, inglês, ginásticas, esportes, viagens, tudo o que uma criança merece para crescer com qualidade de vida.
Lembranças do seu incentivo. Quantas vezes mudei de cidade e de profissão para me encontrar e ela me deu todo o suporte financeiro e incentivo para eu buscar o melhor que pudesse no que quisesse fazer. Jamais posso me esquecer disso. Obrigada sempre!!!!
Lembranças da sua mudança quando soube que seria avó. Nossa, nem acreditei em como ela se transformou depois da notícia de que seria avó!!! Ela faz tudo pelos netos!!! Ama-os de paixão!!!
Lembranças da minha rebeldia com ela. Isso jamais me perdoarei!!! Quantas bobagens ditas, quantas idiotices feitas, perdão sempre!!!
Somos muito parecidas. Talvez isso nos atrapalhe um pouco na convivência. Entramos em choque muitas vezes, hoje bem menos do que antigamente, somos duas pessoas de opiniões diferentes, mas com temperamentos iguais.
Minha mãe, desde os 8 anos, vinda de um família linda, mas sem recursos financeiros, decidiu que seria médica, isso lá em mil novecentos e quarenta e poucos, ela já pensava longe!!! Não tinha uma boneca para brincar, tinha 9 irmãos, mais alguns adotados por meus avós, e, ao invés de brincar nas árvores, como meus tios diziam, ela estudava, estudava muito para chegar aonde ela chegou hoje. Era normalista, estava estudando para ser professora e mesmo assim passou para o curso de medicina e sempre foi a melhor da classe. Sempre a melhor.
Minha mãe não tinha muita paciência em casa, chegava muito cansada do trabalho, afinal de contas, trabalhava incessantemente na profissão que ela desejava ter desde pequena e que ama muito até hoje.
Apesar de não mostrar a ela pessoalmente, pelas barreiras impostas pela vida, quero deixar registrado aqui, para sempre, o meu amor por ela, a minha admiração pela sua garra, sua força, seu amor pela profissão, seu amor pela família.